Artigos de Etienne Samain (2001-2018): cada texto, disponibilizado abaixo em formato de arquivo portátil (portable document file) [PDF], está acompanhado de sua referência original (para citação) e de um curto comentário acerca de seu contéudo. Estão organizados em ordem crescente por ano de publicação.
– Quando a fotografia (já) fazia os antropólogos sonharem: o jornal La Lumière (1851-1860). Samain, Etienne. Publicado em: Revista de Antropologia, São Paulo, USP, vol.44, no.2, p.89-126, 2001. [PDF]
É possível entender a relação crucial entre imagens e antropologia sem evocar o século XIX? As pesquisas do autor nos levam, desta vez, ao longínquo universo parisiense dos anos 1850, quando se fazia publicar um jornal chamado “La Lumière”, dedicado à fotografia nas suas três vertentes possíveis: as belas artes, as ciências e a indústria. A antropologia francesa da época, muito antes de Marcel Mauss, possuía um assumido caráter imperial, visto em obras como a de Georges-Louis Buffon, bem como no caso notável da Vênus Hotentote, exposta em Paris. História recentemente transformada em filme. Etienne Samain nos leva a perceber, com clareza, como a fotografia há muito habita os sonhos dos antropólogos, ou mesmo seus pesadelos morais.
– Roland Barthes et l´Anthropologie Visuelle. Autour d´un album d´enterrement. Samain, Etienne. Texto inédito. Existe uma versão portuguesa intitulada Memórias Antropológicas em torno de um Álbum Fotográfico: Fotografia, Morte e História, publicada no livro: Interação e sentidos no ciberespaço na Sociedade, Antônio Fausto Neto, Antônio Hohfeldt, José Luiz Adair Prado e Sergio Dayrell Porto (orgs.) Porto Alegre: Editora de PUC-RS, 2001, p. 209-229. [PDF]
Existia na Bélgica, nos anos 50 do século passado, o costume de solicitar os serviços de um fotógrafo para acompanhar o ritual de enterro de um parente querido. Ao apresentar um desses álbuns de família (produzido em 1957), o autor prossegue três objetivos: 1. mostrar como tal documento visual produz, na sua trama sequencial (19 fotografias), um extraordinário ‘memorial’ antropológico de compreensão de uma ritual de passagem; 2. indicar como esse documento de memória visual conduz o antropólogo a redescobrir outras informações culturais até então perdidas na sua própria memória; 3. situar, desta maneira, as relações que existem entre fotografia, memória e antropologia na perspectiva e no horizonte da última obra de Roland Barthes, La Chambre Claire.
– Gregory Bateson, Rumo a uma epistemologia da comunicação. Samain, Etienne. Publicado em: Ciberlegenda. Revista do Programa de Pós-graduação em Cinema e Audiovisual (UFF), n. 5, p. 1-14, 2001. [PDF]
Como se constrói nosso “saber”? Como nascem nossos “conhecimentos” ou, melhor dizendo, as “ideias” que nós fazemos das coisas deste mundo? A partir de que imperativos epistemológicos podemos pensar fundar uma ciência do conhecimento? Ao longo de milênios, esses conhecimentos se multiplicaram e se diversificaram. Com eles, emergiram centenas de epistemologias locais que, no entanto, cruzam-se no horizonte de suas indispensáveis inter-relações. Como e até onde uma “Epistemologia da Comunicação” (uma epistemologia, muitas vezes ainda, por demais local) participará, no futuro, desta teia de relações e saberá fomentar o que se poderia chamar uma “ecologia do espírito”? Para tanto, procura-se delinear, nesta comunicação, alguns parâmetros iniciais de elaboração de uma “Epistemologia da Comunicação”, tirando proveito da gigantesca e complexa obra de Gregory Bateson (1904-1980), um penetrante pensador da questão, que foi, ao mesmo tempo, um biólogo, um antropólogo, um psiquiatra e um amante da comunicação humana.
– Um pesquisador, uma imagem. Quem tem medo de Bronislaw Malinowski? Samain, Etienne. Publicado em: Cadernos de Antropologia e Imagem (UERJ), vol.12, n.1, p. 121-127, 2001. [PDF]
É o próprio Malinowski que, no final do primeiro volume dos Jardins de Coral e suas mágicas, escreve sob o título “Confissões de ignorância e de fracasso”: “Uma deficiência essencial do meu trabalho de terreno deve ser mencionada. Trata-se das fotografias […] Coloquei a fotografia no mesmo nível que uma coleção de bugigangas como se fosse uma diversão acessória ao trabalho de campo. Sendo dado que a fotografia não era para mim uma diversão, visto que não tinha aptidões naturais, nem me sentia atraído por esse tipo de coisas, acontece que, frequentemente, deixei escapar boas oportunidades.”
– Antropologia de uma imagem sem importância. Samain, Etienne. Publicado em: Ilha. Revista de Antropologia,UFSC, vol.5, n.1, p. 47-63, 2003. [PDF]
O que pode oferecer a um historiador ou a um antropólogo uma imagem, geralmente considerada e conotada, em termos heurísticos, como sendo secundária ou, pelo menos, “sem grande importância”? Inquietante, no entanto, na sua capacidade de subverter as palavras, a imagem não é somente um terreno de “estudo”, mas, sobremaneira, o espaço dado ao “imaginário humano”, individual e social, para ousar reivindicar e roer – também – um pedaço da realidade. Três percursos heurísticos em torno de uma única imagem são apresentados neste ensaio. Três percursos, em torno de uma imagem que “trabalha”, em torno de uma imagem que, metaforicamente, permanecerá, ao lado da escrita, uma “forma que pensa”. O artigo foi publicado também em O Garimpeiro dos cantos e antros de Campinas. Homenagem a José Roberto do Amaral Lapa (Olga Rodrigues de Moraes von Simson (org.), Campinas: CMU/IFCH, p. 237-254, 2000.
– Alguns passos em direção a Gregory Bateson”. Samain, Etienne. Publicado em: Ghrebh – Revista de Comunicação, Cultura e Teoria da Mídia, São Paulo, PUC, n.5, p.52-85, 2004. [PDF]
Gregory Bateson (1904‐1980) nasceu em Londres, dia 09 de maio de 1904. O presente ensaio é uma homenagem a esta incomparável personalidade, o qual foi, ao mesmo tempo, biólogo, antropólogo, psiquiatra, comunicólogo e epistemólogo. A obra de Bateson? insuficientemente conhecida ainda nos meios universitários ‐ permanece, todavia, decisiva para um século que acabou de nascer. O artigo procura oferecer ao leitor algumas bases críticas que deverão lhe permitir tanto aproximar‐se deste observador nato, lúcido e respeitoso das diferenças, como descobrir a orquestração de um pensamento “possuído” pelo permanente esforço de uma descoberta das “estruturas que conectam e unem todos os seres vivos”. Esse artigo foi publicado, também, na Revista Nova Perspectiva Sistêmica. Publicação do Instituto de Terapia de Família, Rio de Janeiro, n.25, p. 9-29, 2005.
– ‘Balinese Character’ (re)visitado. Uma introdução à obra visual de Gregory Bateson e Margaret Mead. Samain, Etienne. Publicado no livro: Alves, André e Samain, Etienne (orgs.) Os Argonautas do Mangue precedido de ‘Balinese Character’ (re) visitado. Campinas-São Paulo: Editora da Unicamp-Imprensa Oficial, 2004, p. 15-72. [PDF]
A contribuição introduz longamente ao fascinante trabalho de antropologia visual desenvolvido por André Alves no seu convívio com os caranguejeiros da ilha de Vitória. Mergulha e explora o trabalho pioneiro realizado em Bali (1936-1939) por dois gigantes da antropologia cultural, Gregory Bateson e Margaret Mead, quando procuravam, no duplo registro do verbal e do visual, entender e retratar a maneira com que uma criança, nascida na pequena ilha vulcânica – ao incorporar condutas e comportamentos socialmente transmitidos -, se tornava para sempre um inconfundível ser balinês. Uma investigação desta natureza não podia dispensar a apresentação do desenrolar das teorias antropológicas e do contexto histórico dos quais Balinese Character emerge nos anos 1940. Não podia, também, renunciar a alguns exercícios apreciativos no que diz respeito às relações existentes entre as potencialidades do suporte verbal e as potencialidades do suporte imagético no quadro deste monumento da antropologia visual.
– Por uma antropologia da comunicação: Gregory Bateson. Samain, Etienne. Publicado no livro: O imaginário e o poético nas Ciências Sociais, Cornelia Eckert, Sylvia Caiuby Novaes e José de Souza Martins (orgs.) Bauru-SP: Editora da Universidade do Sagrado Coração-EDUSC, 2005, p. 129-155. [PDF]
Conhece-se, insuficientemente ainda, nos meios universitários, a obra plurivalente de Gregory Bateson. O século que se inicia nos obrigará a descobrir um dos mais importantes antropólogos e epistemólogos da comunicação humana. Um pensador e um pensamento cuja originalidade decorre do fato de que, numa perspectiva sempre interdisciplinar, Bateson não cessa de levantar questões que permitem entender melhor as relações entre os indivíduos e a sociedade, os processos culturais e, sobretudo, a trama de um mundo vivo mais amplo (ecossistema) na qual se inserem e evoluem. Uma ampla reflexão sobre a pessoa e a obra plural de Bateson, o qual gostava de repetir que procurava fundamentalmente “as estruturas que conectam os seres vivos”.
– Les risques du texte et de l´image : Autour de Balinese Character (1942), Gregory Bateson et Margaret Mead. Samain, Etienne. Publicado no livro: Orientations. Space/Time/Image/Word (Word&Image Interactions 5), Claus Clüver, Véronique Plesch and Leo Hoek (orgs.) Amsterdam-New York: Rodopi, 2005, p. 109-123. [PDF]
Balinese Character. A Photografic Analysis (Bateson&Mead, 1942) é, sem dúvida nenhuma, o mais mítico dos livros de antropologia visual e, com certeza, o único que tenha encarado, de modo exemplar e sistemático, a relação do texto e da imagem, no campo da pesquisa antropológica, aqui procurando desvendar dimensões do ethos balinês ( o ‘caráter’, o ‘estilo’, o ‘modo de ser, de se comportar e de viver’ num meio cultural dado). Além de uma apresentação do conjunto da obra, debruça-se sobre dois modelos de apresentação das pranchas fotográficas, antes de passar ao exame detalhado de três delas.
– Antropologia Visual e Fotografia no Brasil. Vinte anos e muito mais. Samain, Etienne. Publicado em: Cadernos de Antropologia e Imagem (UERJ), vol.21, n.2, p.115-132, 2006. [PDF]
O que poderá ousar a antropologia visual? Eis o que focaliza este ensaio que se inicia com uma breve retrospectiva de fatos que marcaram a história da antropologia visual (fotográfica) no Brasil, no decorrer dos últimos vinte anos. Envereda-se, depois, para tarefas atuais: realizar uma história da antropologia visual, redimensionar a imagem fotográfica, abrir novos caminhos fotográficos e heurísticos para a antropologia tout court. Questiona, por fim, a relação entre antropologia e comunicação e o estatuto da observação do ‘real’ como permanente representação.
– Uma cartografia Verbo-Visual de La Vejez, Fotografias y montajes de memória. Bruno, Fabiana e Samain, Etienne. Publicado em: Revista Chilena de Antropologia Visual, vol.19, p.31-51, 2007. [PDF]
Trata-se de ousar pensar a memória de pessoas idosas como o lugar de uma arquitetura singular e de um trabalho de “pensamento/reflexão” que as próprias imagens lhes revelam e lhes fazem descobrir. O exercício exploratório que oferecemos terá como intenção levantar questões relacionadas às escolhas e às formas de montagem das fotografias. Escolhas e arranjos que representam, pensamos, uma singular “fotobiografia” ou, simplesmente, uma autobiografia visual.
– A matriz sensorial do pensamento humano. Subsídios para redesenhar uma epistemologia da comunicação. Samain, Etienne. Publicado no livro: Imagem. Visibilidade e Cultura midiática, Ana Sílvia Lopes Davi Médola, Denise Correa Araújo e Fernanda Bruno (orgs.) Porto Alegre: Sulina, 2007, p.63-79. [PDF]
O que representa a imagem na “espiral” dos meios de comunicação que chegamos a conhecer? Eis a razão do mergulho a que se propõe essa comunicação. Tratar-se-á, basicamente, de uma reflexão em torno da imagem, de suas diversas enunciações, das suas memórias, das suas formas e representações: desde as narrativas míticas até as propostas infográficas. Uma reflexão sobre os meios e os modos de se comunicar entre os seres vivos, mas, também, outra reflexão sobre as modalidades de construção e de organização do pensamento humano.
– As imagens não são bolas de sinuca. Como pensam as imagens. Samain, Etienne. Publicado no livro: Como pensam as imagens, Etienne Samain (org.) Campinas-SP: Editora da Unicamp, 2012, p.21-36. [Disponibilização do texto ainda não autorizada pela Editora]
Existe entre Gregory Bateson e Aby Warburg que nunca se conheceram, uma cumplicidade e uma comunhão de olhares que se cruzam e se completam. O primeiro – biólogo, antropólogo e epistemólogo – concebe a comunicação humana como uma orquestração ritual, sempre inserida num contexto, isto é, em um circuito de fenômenos conectados. O secundo – historiador da arte e humanista nato – por sua vez exuma e reaviva, nas obras de arte e outros grandes movimentos da história, as “formas [fórmulas] de patético” presentes em todas as culturas humanas. Se as imagens pertencem à ordem das coisas vivas e não à ordem das bolas de sinuca, importará ainda aprofundar três afirmações: 1) toda imagem nos oferece algo para pensar; 2) toda imagem é portadora de um pensamento, veicula pensamentos; 3) toda imagem, ao combinar nela um conjunto de dados sígnicos ou ao associar-se com outras imagens, é, desta vez, uma “forma que pensa”. Ela teria uma “vida própria” e um verdadeiro “poder de ideação”. Eis um conjunto de enunciados que este artigo introdutório ao livro Como pensam as imagens, pretende abrir.
– Aby Warburg. Mnemosyne Constelação de culturas e ampulheta de memórias. Samain, Etienne. Publicado no livro: Como pensam as imagens, Etienne Samain (org.) Campinas-SP: Editora da Unicamp, 2012, p.51-80. [Disponibilização do texto ainda não autorizada pela Editora]
Nesse importante texto, o autor pretende traçar um horizonte referencial em torno da pessoa e da obra de Warburg. Uma obra de mão dupla: de um lado, a famosa biblioteca de Warburg em Hamburgo em que a ordenação dos livros obedecia à “lei da boa vizinhança”; de outro, o projeto de criação de “uma história de fantasmas para adultos”, o inacabado Atlas Mnemosyne. Deste último, se procurará tanto lembrar as intenções gerais da obra como definir dois conceitos fundamentais à compreensão desse empreendimento visionário: o “após-viver” (Nachleben) e as fórmulas de patético” (Pathosformeln), próprias às imagens. Seguirá uma tentativa de exegese da última Prancha (Prancha 79) do Atlas, elaborada por Warburg, poucos meses antes de sua morte (em outubro de 1929).
– As peles da fotografia: fenômeno, memória-arquivo, desejo. Samain, Etienne. Publicado em: Revista Visualidades (UFG), vol.10, n.1, p. 151-164, 2012. [PDF]
O ensaio se propõe refletir sobre algumas dimensões profundas que fazem da fotografia, um evento e uma revelação, mas também um lugar de memórias, um arquivo vivo do tempo. Trataremos, deste modo, de interrogar as imagens e de lhes perguntar (enquanto arqueólogo e visionário que somos) o que significa pensar com elas a história humana e imaginar com elas nosso próprio futuro.
– As ‘Mnemosyne(s)’ de Aby Warburg: Entre Antropologia, Imagens e Arte. Samain, Etienne. Publicado em: Revista Poiésis (UFF), vol.17, p.29-51, 2012. [PDF]
Tornou-se urgente repensar o papel das imagens e da Arte em uma necessária reformulação do ofício antropológico. O presente ensaio situa Aby Warburg – precisamente um historiador da Arte e um antropólogo – e a dupla dimensão de sua obra Mnemosyne: tanto a Biblioteca elíptica de Hamburgo como o Atlas de imagens. Procura, sobretudo, mergulhando nas imagens da última Prancha do Atlas, delinear alguns percursos heurísticos e metodológicos na tentativa de revelar como as imagens “conhecem” e produzem pensamento.
– Antropologia, Imagens e arte. Um percurso reflexivo a partir de Georges Didi-Huberman. Samain, Etienne. Publicado em: Cadernos de Arte e Antropologia, vol. 3, n.2, p.47-55, 2014. [PDF]
As fronteiras entre história da arte, imagens e antropologia foram felizmente abaladas no decorrer das duas últimas décadas. Na virada cognitiva visual da qual participamos, essas ciências – Antropologia e História da Arte – outrora distintas, vão redescobrindo a natureza e os horizontes de seus próprios começos. Neste ensaio, o autor retraça algumas das etapas de sua própria descoberta e exploração das relações entre antropologia, imagens e arte, remetendo às importantes contribuições de Gregory Bateson, Claude Lévi-Strauss, Alfred Gell, Hans Belting, William J.T. Mitchell. Abre, em seguida, um novo espaço crítico, que conduz à obra humanística de Georges Didi-Huberman, quando, na linhagem de Aby Warburg e de Walter Benjamin, esse filósofo e historiador da arte trata de situar as imagens e o saber visual como sendo um campo privilegiado de questionamentos sobre nossa história, apelos e gritos para tomar posição em nome do porvir de nosso planeta.
– Raízes e asas para as imagens. Samain, Etienne. Publicado no livro: Antropologia visual: perspectivas de ensino e pesquisa, Ana Lúcia Camargo Ferraz e João Martinho de Mendonça (orgs.) Brasília: ABA e-books, 2014, p. 713-719. [PDF]
Não basta produzir imagens, acumular imagens. Não se constrói uma ciência somente a partir de simples representações imagéticas. Sem nunca desprezar a palavra, cúmplice da imagem, é necessário sobretudo saber problematizar visualmente, isto é, se perguntar – com relação a um determinado objeto de estudo – de que modo singular tratá-lo sob o regime das imagens. A Antropologia visual para ser fecunda deve ser um constante questionamento capaz de conectar a memória dos homens, o presente dos homens e o destino dos homens.
– O segredo e o sagrado. Comentário ao ensaio fotográfico “Feitura de Santo”, de Larissa Yelena Carvalho Fontes. Samain, Etienne. Publicado em: Revista Novos Debates. Fórum de debates em Antropologia, vol.2, n. 06, p.300-321, 2015. [PDF]
Um olhar atento posto sobre as 10 fotografias tomadas e selecionadas entre muitas outras e, depois, organizadas e reveladas por Larissa Yelena Carvalho Fortes: um ritual de iniciação no Candomblé. Uma entrada na esfera de um segredo e no espaço do sagrado. Um ensaio fotográfico de qualidade e, antropologicamente, denso.
– Do espanto ao questionamento. Samain, Etienne. Publicado em: Revista Rumores, São Paulo, USP, vol. 09, n. 17, p. 12-23, 2015. [PDF]
A partir de dois ensaios, intitulados “Quelle émotion! Quelle émotion?” e “Uma foto familiar: aprisco de emoções e pensamentos [anotações delirantes sobre (a)sombrografia]”, assinados respectivamente por Georges Didi-Huberman e Eduardo Peñuela Cañizal, o artigo desenvolve uma reflexão sobre a história das artes visuais, a natureza das imagens, os modos de interpretá-las e a busca das emoções humanas em seus modos expressivos e artísticos. Ao fazê-lo, convida o leitor a ficar atento ao que cada um desses autores diz dos “gestos”, do trabalho do “inconsciente” e da “imaginação”, das dimensões – heurística e poética – dos “arquivos da memória” humana.
– Vestígios de um Diário Fotográfico. Samain, Etienne. Publicado em: Revista GIS-Gesto, Imagem, Som, São Paulo, USP, vol. 1, p.214-228, 2016. [PDF]
Meu prazer não era sociológico, nem diretamente antropológico. Havia, sim, a necessidade de se observar mais de perto o tempo que passa e, com ele, tudo aquilo que leva e carrega. O desejo de surpreender e de suspender o efêmero da vida. Nenhuma temática pré-definida, nenhuma finalidade consciente a não ser o pacto diário de admirar um pedaço do real para roê-lo.
– Como pensar e fazer pensar um arquivo fotográfico: uma dupla experiência. Samain, Etienne e Bruno, Fabiana. Publicado em: Revista Imagem, vol. 2/1, p. 93-113, 2016. [PDF]
O ensaio explora duas experiências distintas de imersão num único arquivo fotográfico (sobre os índios Kamayurá do Alto Xingu). A primeira, quando uma pesquisadora, na sua condição de interpretante, se propõe a conviver com o arquivo, busca interrogar as fotografias, compactuar, escolher e montá-las. A segunda, quando o próprio produtor das imagens, partindo do exame das pranchas fotográficas, sente a necessidade de voltar aos seus diários de campo, de relê-los, antes de retornar ao exame das fotografias ampliadas de seu arquivo. O leitor poderá, deste modo, se deparar ainda com dois conjuntos de fotografias escolhidas, trocadas e comentadas por cada um dos parceiros.
– Atravessar o espelho das aparências. Samain, Etienne. Publicado no livro: A Sociologia Enraizada de José de Souza Martins, Fraya Frehse (org.) São Paulo: Com-Arte, 2018, p. 213-231. [PDF]
Procurar desvendar dimensões muito originais de explorações imagéticas na obra sociológica do Professor José de Souza Martins. Explorações que se situam na intersecção entre a razão e a imaginação, no mundo claro-escuro e, sempre, muito sensível das imagens, da fotografia em especial.