A Coordenação do Laept convida todos os membros do grupo (alunos e professores) para assistirem a mesa redonda “Trabalho no Capitalismo Contemporâneo” composta pela Profa.Dra. Ludmila Abílio (USP), o Prof.Dr. Maurício Rombaldi (UFPB) e Doutorando Bruno Mota (PPGS-UFPB) a ser realizada na noite da próxima quarta feira, dia 06 de julho de 2016, a partir das 19:30h.
A mesa compõe atividade do Encontro Nacional dos Estudantes de Filosofia (ENEFIL), que nesta edição tem como tema central “A Filosofia nos Tempos de Cólera: o ódio que nos espera e que nos une”. O evento está sendo realizado no campus I da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa-PB, e é aberto aos interessados. Confira aqui programação completa.
A Coordenação do Laept também convida os pesquisadores e estudantes interessados no tema do trabalho de nosso Grupo de Pesquisa para uma reunião reservada com a Profa. Ludmila Abílio, a ser realizada na sala do Laept, na próxima sexta feira, dia 08 de julho, as 9h. Solicitamos que façam a confirmação da participação nessa reunião por email endereçada ao Prof. Maurício Rombaldi.
Ludmilla Costhek Abílio – Link Currículo Lattes
É doutora em Ciências Sociais pela Unicamp (2011). Possui graduação em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP (2001) e mestrado em Sociologia pela Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP (2005). Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia Urbana e Sociologia do Trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas: relações entre exploração do trabalho, financeirização e acumulação capitalista; estudos do desenvolvimento, relações entre trabalho e consumo. Fez seu Pós-doutorado (FEA-USP) sobre a constituição dos discursos sobre a chamada “nova classe média” brasileira, tratando da relação entre exploração do trabalho e acumulação capitalista, com estudo sobre o trabalho dos motofretistas na cidade de São Paulo.
Entre as pesquisas da professora Ludmila está o estudo sobre as revendedoras da empresa Natura. Atualmente, a empresa conta com mais de um milhão de revendedoras – em sua grande maioria mulheres – no Brasil. A pesquisa investigou a alta heterogeneidade dos perfis socioeconômicos destas mulheres, suas diferentes relações com as revendas, a organização da produção e da distribuição na fábrica, além da forte consolidação da marca desta empresa. Com isso, pode refletir sobre as formas contemporâneas de exploração do trabalho. Em 2013, sua tese de doutorada defendida na Unicamp, sob orientação da Profa. Ângela Araújo,foi vencedora do prêmio Mundos do Trabalho, da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (Abet) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e publicada em livro Sem Maquiagem pela Editora Boitempo. Outra pesquisa da autoria dela trata dos motofretistas na cidade de São Paulo, em que tratou da invisibilização social de trabalhadores precários e de baixa qualificação.
Resumo da Tese – saiba + Biblioteca Digital da Unicamp
Analisa-se o trabalho de revendedoras de cosméticos de uma empresa brasileira. Discute-se a ausência de formas-trabalho dessa ocupação. A centralidade do trabalho para a acumulação capitalista na atualidade estrutura toda a análise. No primeiro capítulo, são apresentados resultados da pesquisa de campo, por meio da caracterização de tipos sociais, associando-se o perfil socioeconômico e a trajetória ocupacional de algumas revendedoras à sua relação com as vendas. Também são examinados aspectos da produção e distribuição da empresa. No segundo capítulo, atualiza-se a discussão do trabalho informal no contexto das políticas neoliberais e das reconfigurações das relações de trabalho nas últimas décadas, assim como do regime de dominância da valorização financeira (Chesnais, 2005). São abordados o Sistema de Vendas Diretas e o trabalho feminino nesse contexto. O terceiro capítulo trata da relação entre a marca e o trabalho das revendedoras. Parte-se da marca como o que hoje torna reconhecível o movimento do capital portador de juros (Marx, 1988) e sua relação com as formas contemporâneas de exploração do trabalho. É aprofundada a análise da relação entre dominância da valorização financeira e precarização do trabalho. No quarto capítulo, essas formas são estudadas mais profundamente; aborda-se a relação entre inovações tecnológicas, trabalho informal e trabalho precarizado. Discute-se também a extensão de uma perda de formas do trabalho que é transferida para a esfera do consumo, examinando-se a imbricação entre trabalho e consumo na atividade das revendedoras, dentre outras atividades. O último capítulo enfoca a subsunção contemporânea do trabalho. São elementos centrais da análise: as indistinções contemporâneas entre tempo de trabalho e de não-trabalho; as formas atuais de envolvimento subjetivo do trabalhador; uma crítica a teorias do trabalho imaterial, especialmente à de André Gorz (2005); a permanência da teoria do valor para a compreensão da exploração do trabalho. Chega-se então à discussão final sobre a centralidade do trabalho no contemporâneo, esmiuçando-se a relação entre o trabalho das revendedoras e a acumulação da empresa.
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