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Era uma vez… a Tradução de Literatura Infantojuvenil no Brasil
Once upon a time – translation of children’s literature in Brazil
Marcílio Garcia de Queiroga
UFCG
marciliogq@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/1587726556477554
Ana Cristina Bezerril Cardoso
UFPB
anacristinaufpb@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/3513324652657420
Idiomas de trabalho | Work languages: Português, English
Resumo: A literatura infantojuvenil foi por muitos anos relegada à condição de inferior ou secundária e só há pouco tempo passou a ser estudada e visibilizada pela academia, conforme atestam estudiosos como O’Connell (2006) e Hunt (2010). Não seria diferente quando o olhar fosse trazido para o campo da tradução de literatura infantojuvenil. O percurso delineado por estudiosos das áreas dos Estudos da Tradução e dos Estudos de Literatura Infantojuvenil, campos de pesquisa em ascensão contribuiu para que o objeto em tela ganhasse evidência. O adjetivo “infantil” é apresentado como colaborador na criação e propagação de um modelo que relega o gênero à condição de superficial e simplista. A literatura infantojuvenil quase sempre aparece como utilitária ou pedagogizada em virtude de sua forte conexão com instituições como igreja, família e escola, o que pode remeter ao olhar de um gênero sem qualquer preocupação com aspectos estéticos e artísticos, dado o público a que se destina e em contraponto à literatura feita para adultos, apresentada como canônica e superior. Por sofrer influência e interferências dos adultos, responsáveis por quase todas as etapas (escrita, publicação, tradução, inserção e distribuição das obras no mercado) até o produto final chegar ao seu público-alvo, resta, muitas vezes às crianças e jovens, uma recepção pouco contestadora de obras que passam por intervenções outras. Estas intervenções, muitas vezes necessárias para a manutenção do gênero, passam não apenas por traduções interlinguais, mas outras estratégias como adaptações, versões, traduções intersemiótica, entre outras. Neste simpósio nos interessam os trabalhos que discutam a tradução de literatura infantojuvenil: as peculiaridades da tradução do gênero, tais como, a relação assimétrica/leitor dual; a multiplicidade de funções, dado apontado pela inserção/pertencimento do gênero aos sistemas sócio-educacional e literário; e, principalmente a manipulação textual, percebida nas liberdades tomadas em virtude da condição periférica do gênero: cortes, omissões, acréscimos, adaptações e ajustes de linguagem determinados por questões ideológicas em fábulas, contos de fadas, poemas narrativas de aventura, entre outras, destinadas ao público infanto-juvenil, bem como questões relacionadas à voz do tradutor e/ou à voz do narrador da tradução no gênero em apreço.
Palavras-chave: Tradução, Literatura Infantojuvenil, Estratégias de tradução
Abstract: Children’s literature has been considered inferior for many years. Just recently it started to be studied and made visible by the academia, as assumed by O’Connell (2006) and Hunt (2010). It would not be different when it comes to translating children’s literature. The path outlined by Translation Studies and Children’s Literature Studies scholars, both rising research fields that contributed to highlight the topic. The adjective “children” acts as a collaborator in the creation and diffusion of a model that relegates this genre to the condition of superficial or simplistic. Children’s literature is often presented as functional or pedagogical due to its strong connection to institutions such as church, family, and school. It may refer the genre to a lack of concern for aesthetic and artistic aspects, given the target audience, and in counterpoint to the literature for adults, considered canonical, and superior. Since adults interfere and influence almost all phases (writing, publishing, translating, insertion, and distribution of works in the market) until the product reaches the target audience, what is left to children and young readers is a little questioning reception of works that go through other interventions. Such interventions are often necessary to maintain the gender. They pass not only through interlingual translations, but through other strategies as adaptations, versions, intersemiotic translations, among others. During this symposium we are interested in works that discuss children’s literature translation: characteristics of the translation of this genre, as the asymmetrical/dual relation with the reader; multiplicity of functions indicated by the insertion/belonging to social, educational and literary systems, which are perceived in the actions related to its peripheral condition: cuts, omissions, additions, adaptations, and language adjustments determined by ideological questions in fables, fairy tales, adventure narratives, poems, among others. Also questions involving the voice of the translator/translation’s narrator within the gender interest us.
Keywords: Translation, children’s translation, translation strategies.
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