GT | Título | Resumo | Contato |
17 |
A poesia paraibana contemporânea: produção, circulação e recepção
|
Há, na Paraíba, uma produção poética extensa e de qualidade, que, com o advento da impressão digital e da internet, tem encontrado um contexto propiciador para uma maior circulação. Muitos poetas, no estado, têm usado a internet, por meio de blogs e redes sociais, para divulgar a sua literatura, bem como têm publicado em sites especializados, revistas e jornais. O suplemento cultural do Jornal A União, o Correio das Artes, revistas como a Malembe, que vai em seu quarto número, e editoras como a Escaleras, que tem à frente a escritora Débora Gil Pantaleão, são exemplos de iniciativas que, embora não se limitem à produção paraibana, têm feito circular textos de diversos escritores e escritoras do estado. Mas, por outro lado, a apreciação crítica desses textos conta, apenas, com alguns estudos isolados, a exemplo das importantes contribuições de pesquisadores como Hildeberto Barbosa Filho e Amador Ribeiro Neto. Levando-se, portanto, em consideração essas duas constatações, a de uma crescente produção e a de uma, ainda, ínfima recepção, interessa-nos dialogar sobre a poesia paraibana contemporânea de autoras e autores nascidos ou radicados no estado. São bem-vindas pesquisas voltadas para a investigação do fenômeno literário em sua ampla dimensão: produção, circulação e recepção crítica, bem como relatos de experiência ou propostas metodológicas de trabalho com a poesia paraibana na escola. Em termos de fundamentação teórica, a proposição deste grupo de trabalho tem como suporte as discussões sobre o contemporâneo a partir das pesquisas de Agamben (2009), em especial da reflexão sobre a relação singular do poeta com seu tempo, de Marcos Siscar (2016) e suas problematizações a respeito dos paradigmas críticos da poesia contemporânea, como as que aparecem em sua mais recente obra, De volta ao fim: o “fim das vanguardas” como questão da poesia contemporânea, assim como de outros críticos que se propõem a investigar a poesia brasileira contemporânea. Entre estes, citamos nomes como os de Susana Scramim, Viviana Bosi e Iumna Maria Simon. |
Moama Lorena de Lacerda Marques e Raíra Costa Maia de Vasconcelos
moama@ccae.ufpb.br
|
18 |
Análise dialógica do discurso estético – poesia, pintura e outros gêneros
|
Bakhtin e seus interlocutores reconhecem que a linguagem, seja ela pensada como língua ou como discurso, é, portanto, essencialmente dialógica. Valemo-nos desse pressuposto como o gesto inaugural desta Sessão Temática, no vértice da discussão sobre a especificidade do discurso estético na/pela densidade dialógica do discurso científico: a arte da ciência – o pretexto teórico. As fronteiras dos vários campos de saberes parecem se entrelaçar em face à densidade e heterogeneidade dos gêneros do discurso pela materialidade do enunciado enquanto unidade real da comunicação verbal via sujeitos falantes e matizes dialógicos” (BAKHTIN, 1997, p.318). A leitura se constrói pela via da crítica e metodologia dialógicas através de recortes, montagens – o poema, o quadro, a escultura – modulados segundo processos discursivos: um diálogo em múltiplas dimensões de linguagens. Objetiva exercitar a capacidade de perceber/ ver/ ler/ compreender a repercussão poética de outras artes em que a palavra/ a imagem modula duas ou mais consciências na composição hierárquica de linguagens em interação. Delimitamos como objeto de análise discursos - poético, pictórico, escultórico, musical, na arquitetônica dos objetos estéticos: o poema, o quadro, a escultura, e outros objetos. Para compreender os mecanismos de construção da estética do olhar que enforma, dirige e dá acabamento à densidade de tons volitivo-emocionais do objeto: traços sutis de alteridade, nuanças enunciativas na dimensão do “excedente de visão” que cinzela narrativas no Grande Tempo das obras-enunciado (Bakhtin, 2011, p. 279). A mostra de leitura se reporta à perspectiva da teoria formulada por Bakhtin/Volochinov (1981), Bakhtin (1981, 1993, 1997, 1998, 2011) e seus interlocutores Brait (1994, 2001), Tezza (2003), dentre outros. Portanto, a natureza dialógica da linguagem se incorpora como um princípio prévio para orientar qualquer estudo sobre os fenômenos da linguagem na especificidade do discurso estético que se entrelaça à dialogicidade do discurso científico: a arte da ciência – o pretexto teórico, do objeto na/pela alternância de linguagens, que enunciam/põem/reenunciam/sobrepõem pensamentos sobre pensamentos, consciências sobre consciências, palavras sobre palavras, para, assim, (re)velar a natureza da dialógica da consciência e a natureza da própria vida humana (Bakhtin, 2011, p. 348) corroboradas pela vida/arte/ciência/consciência cujo discurso interroga, ouve, responde, corresponde à crítica da vida e crítica da arte: plasticidade e novidades artísticas. Enfim, a tensão criadora entre o eu-para-mim e o eu-para-o-outro que desenham alteridades. |
Maria Bernardete da Nóbrega
bernobre2009@hotmail.com
|
19 |
Épica greco-latina e suas repercussões na Literatura do Ocidente |
Este Grupo de Trabalho se destina a receber dois eixos de estudos: os específicos da Épica Greco-Latina dos Períodos Arcaicos, Clássicos e Pós-Clássicos, a exemplo de Homero e Virgílio, e os comparativos da Épica reelaborada em épocas posteriores, a exemplo de Camões, que, influenciada pelos modelos da Antiguidade, apresenta intertextualidade em níveis de estilo ou conteúdo. Por entender que há uma permanência do gênero épico no processo de evolução da Literatura do Ocidente, não necessariamente aos moldes aristotélicos, pretendemos fomentar estudos que reforcem os dois pilares desse pensamento: os que apresentam as bases clássicas da matéria épica e os que mostram a relação intertextual da obra derivada. Esses dois pilares formam os fundamentos imprescindíveis para o reconhecimento de uma Épica ainda em evolução, a qual se revela apenas por meio do diálogo entre essas duas bases. Dessa forma, os trabalhos podem ser de duas naturezas: os que tratam das obras da Literatura Greco-Latina, fortalecendo o trânsito cultural da produção épica da Antiguidade; e os que tratam das obras de natureza intertextual, que precisam do diálogo entre obras para atualizar a matéria épica. Com efeito, esperamos estudos que abordem e destaquem textos, trechos e fragmentos das obras escolhidas como corpus. Várias podem ser as categorias analíticas estudadas: de cunho propriamente literário, linguístico, religioso, cultural, sobretudo, na composição dos trabalhos cujo tema aborda a Épica Greco-Latina; ou de natureza mais comparativa, em uma ideia de matéria épica mais abrangente, tocando por exemplo, motivos formais e temáticos, como invocações a musas, epítetos, descrição de armas, combates, intervenções divinas, mitos etiológicos e cosmogônicos etc., em especial, na elaboração dos trabalhos comparativos, mas não a eles se restringindo. Para tal fim, pode-se fundamentar em vários teóricos, desde Aristóteles e Horácio, autores da Antiguidade; Émile Benveniste, Jean-Pierre Vernant, Thomas Martin, Jacqueline de Romilly, Maria Helena da Rocha Pereira, críticos específicos da cultura Greco-Latina; até Gérard Genette, Julia Kristeva, Emil Staiger, Anatol Rosenfeld, teóricos da Literatura Comparada e da Teria da Literatura; entre outros. |
Felipe dos Santos Almeida
felipe.classicas@gmail.com
|
20 |
Literatura hispânica: estudos atemporais |
Tradicionalmente, desde a escola, estamos habituados a estudar os autores e as suas criações dentro de um determinado período histórico. Essa tradicional prática restringiu o nosso olhar a umas determinadas caraterísticas, muitas vezes estereotipadas, que terminam por anular as outras muitas possibilidades de leitura crítica de algumas obras literárias que vão muito além do seu tempo ou que resgatam uns valores do passado. Este GT aceitará trabalhos que visem um olhar crítico a obras literárias (Nas línguas oferecidas pelo DLEM) desde uma perspectiva mais aberta que possibilite uma análise diferente e ao mesmo tempo mais abrangente. No final, como aponta o professor Roberto Pontes (2015), na literatura tudo é resíduo. |
Juan Ignacio Jurado Centurión Lopez
juanig@terra.com.br
|
21 |
Poesia brasileira: abordagens teóricas e críticas |
Este GT pretende reunir trabalhos que tratem das várias maneiras com que, nos dias de hoje, a crítica literária aborda a poesia brasileira, bem como alguns paradigmas teóricos desenvolvidos na análise dessa poesia que direcionaram algumas discussões de forte ressonância nos estudos literários. Dessa forma, objetiva-se refletir não somente as diferentes manifestações poéticas nacionais, seus significados e como expressam em sua forma as questões históricas de sua época, mas também como a recepção dessas obras se faz por uma crítica que se posiciona entre as diversas tradições hermenêuticas que fundamentaram a leitura de poesia no país. Por outro viés, o GT também contemplará as maneiras com que os estudos de historiografia literária, em um exercício de auto revisão, atualizaram e redimensionaram algumas posições, ampliando o espectro de autores e obras do cânone literário nacional. Assim, o GT também estará a trabalhos que propõe um olhar especial para obras e autores de reconhecimento crítico, que ampliaram as visões teóricas sobre a poesia, bem como aqueles que, por razões diversas, mantiveram-se fora do cânone e que precisam ser relocados na literatura brasileira. A proposta do GT é, então, reunir estudiosos de poesia que busquem uma interlocução com diferentes posições críticas e teóricas relacionadas aos estudos do texto poético nacional. |
Elaine Cristina Cintra
elcintra@gmail.com
|